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sábado, 11 de maio de 2013

Eles se aproveitam da alienação vigente


Um batalhão de corretores congestionava a calçada da rua Barão do Bananal hoje de tarde. Os  últimos três sábados tem sido assim. Estão lá para vender um novo empreendimento. Mais um prédio de apartamentos na Vila Pompeia. A especulação imobiliária trabalha de segunda a segunda na cidade de São Paulo, mas é nos finais de semana que o movimento de intensifica. Casais rodam de carro a procura de um novo lar. Especuladores também buscam onde investir seu dinheiro. Ruas e avenidas ficam tomadas por homens e mulheres segurando placas publicitárias indicando caminhos e endereços, em pleno vigor  da  lei Cidade Limpa. A cada dia ocorre um lançamento em São Paulo. Li isso numa matéria confiável, pois a informação era vendida como um dado positivo, de pujança econômica, de mercado aquecido.
Se você, assim como eu, se preocupa com o bairro onde mora, saiba, você é minoria. E como tal precisa estar ciente de que suas queixas tem pouca serventia. Sua mobilização é quase inócua. O tempo dispendido é grande, mas é quase em vão. Poucas vitórias se apresentam no horizonte e dia após dia você se depara com o avanço daquilo que condena.

Repleto de razão, diante dos seus olhos você vê os problemas gerados pela falta de planejamento urbano, pelas falcatruas do setor imobiliário, pela enorme e incessante verticalização predatória. E muito pouco pode fazer pois, uma horda de vereadores dão respaldo para o setor através das necessárias retribuições àqueles que financiaram suas campanhas.

Atravessamos a gestão Serra/Kassab e observamos incrédulos o  crescimento desordenado e abusivo de todo esse processo. Nova gestão municipal assumiu a cidade e francamente, não vislumbro mudança de cenário. Ainda que tenha esperança, pois a cidade discute a revisão do Plano Diretor, não vejo qualquer sinalização de que vá imperar o bom planejamento urbano.

Então, fica claro que tudo seria muito mais fácil se no lugar das queixas recorrentes em redes sociais, víssemos o envolvimento de um número expressivo de moradores. Se as pessoas soubessem que deixando assim, ao Deus dará, as coisas tendem a piorar, talvez mais pessoas se dispusessem a discutir as coisas que os cercam. 
Assim, exigir ciclovias, hortas comunitárias, obras contra enchentes, mais áreas verdes, transporte público, preservação arquitetônica, direito a luz do sol em suas casas e claro, menos verticalização, processo que  inviabiliza isso tudo ou em alguns casos, gera os transtornos citados, seria bem mais fácil se fosse feito de maneira engajada, organizada, com participação e união de todos. Mas...

Reclamar é bom, é válido, desde que a reclamação seja seguida da tomada de atitude. 



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